O panorama de arte brasileira do Museu de arte Moderna de São Paulo completou 40 anos. Em 1969, o panorama foi criado pela Comissão de Arte Moderna do Museu de Arte Moderna de São Paulo ( MAM-SP ), com a proposta de mostrar a produção contemporânea nacional – uma das características atuais do museu. A cada edição do Panorama, um curador novo é chamado mostrando diferentes visões, onde os artistas podem se expor e doar suas obras para enriquecer o acervo do Museu. Em 1995 o evento foi transformado em Bienal.
Em 2003, o Panorama apresentou pela primeira vez estrangeiros. Com o nome “Desarrumado”, 16 brasileiros e 3 estrangeiros apresentaram sua arte no MAM-SP. Outro momento importante para história do Panorama foi que neste mesmo ano, pela primeira vez a exposição foi vista pelo exterior, na Espanha.
Um Panorama sem a arte brasileira. A edição do ano de 2009 foi ainda mais polêmica, por não ser arte feita por brasileiros e sim estrangeiros. O panorama tem o nome em tupi, Mamõyguara opá mamõ pupé , que significa Foreigners everywhere – estrageiros por todo lugar. O professor da USP Eduardo Navarro traduziu para o tupi, acentuando o duplo sentido: há estrangiero por todo o lado e não importa onde o artista vá, ele sempre será um estrangeiro . O trabalho de Fúlvia Carnavele e James Thornhill, “estrangeiros por todo lugar” é visto por uma escultura de neo e pode ser encontrado no MAM-SP.
Essa decisão de fazer o Panorama de estrangeiros parte da idéia de que muitos brasileiros ocupam lugares referenciais na arte pelo mundo ( como a arquitetura modernista de Oscar Niemayer e o neoconcretismo de Lygia Pape, Hélio Oiticica e Lygia Clark ).
Atualmente as tendências estão se invertendo e ao contrario de antigamente, que o intelectual brasileiro se apropriava da cultura européia para se inspirar e produzir algo próprio, hoje, é a nossa cultura que está sendo usada como fonte de inspiração para os estrangeiros.
A edição de 2009, que tem curadoria de Adriano Pedrosa, expõe ao todo o trabalho de 28 artistas estrangeiros e apenas uma brasileira, a mineira Tamar Guimarães. O curador Adriano revela que preferiu exibir artistas de fora do país que obras são influenciadas pela arte e cultura brasileira ou de artistas que moravam no Brasil.
As salas repletas obras mostram que muitas delas que são similares as culturas brasileiras, como a estrutura de madeira “Aqui tudo parece em construção e já é ruína”, a obra de Cerith Wyn Evans, parafraseando com a musica de Caetano Veloso.
Mas uma sala específica chama a atenção dos admiradores da arte. Um cartão postal, uma carta de baralho, um carimbo, um lápis. Todos os objetos parecem ser normais, entretanto ao olhar com atenção, descobre-se que tudo foi feito a mão e papel. Nenhum dos objetos são de verdade, mas sim uma representação do artista Mateo Lopez. O baralho desenhado pelo artista mostra nos mínimos detalhes a perfeição. Os riscos são milimetricamente traçados, o formato, as cores, tudo foi pensado impecavelmente .
Mateo é um dos artistas residentes do Panorama, nascido em 1978 em Bogotá, Colômbia. Suas obras podem ser vistas “como a expansão do desenho para além do traço sobre o papel: tanto no sentido físico, com recortes, dobras e colagens, como enquanto objetos recriados em papel e tinta.”, assim é sua descrição feita pelo MAM.
O panorama mostrou o mundo globalizado em que vivemos, hoje os artistas não são mais tão influenciados apenas por sua cultura, mas as caracteristicas do mundo todo.
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domingo, 29 de novembro de 2009
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